Podem ser letras. Talvez palavras. Se houver ideias, que tal celebrá-las em textos? E vamos vivendo enchendo páginas, tecendo um livro fantasioso com o objetivo de ser lido e quiçá, apreciado. A pobre vaidade humana deixa assim passar os dias, julgando que é útil para si esta forma de se realizar. Quanto mais me analiso e procuro a tal vida útil, mais me distancio destas atitudes. Mais me sinto vazia. Porque eu sei que não são estes os caminhos que me levam para Casa. A Casa de onde vim para ser algo que não sei se fui e fazer algo que não sei se fiz. Cegueira completa para estes olhos. Talvez luz quando ali chegar. Faz-me bem dar alguma poesia às letras, às palavras e às ideias e assim concluir mais um texto onde desabafo a dor de não saber o que sou.