As árvores cortam a visão do jardim na sua totalidade. Mas como sem elas o jardim não existiria, temos de encantar-nos com os espaços abertos e a beleza que cada um deles contém. Assim ,passeavamos de mãos dadas pelas alamedas circundadas de cores, com o verde da relva a entrar no pensamento, dando à conversa a leveza própria dos momentos felizes. Era um dia de primavera. E, tal como as nossas vidas, resplandecia de luz. Tudo seria eterno até ao inverno. O jardim seria outro naquele local e nós, também diferentes, não voltamos a vê-lo. Ficou esquecida a conversa, o calor das mãos perdeu-se na memória. Nem os nomes são lembrados. Como tudo na vida, o princípio e o fim são novelos sem ponta visível. O jardim ainda tem nome. É o que resta.