Gosto de pensar sobre mim e a vida que tive e a que tenho agora, com o fim da estrada a seguir à próxima curva. Já ali. Neste pensar está o zero à esquerda da unidade, eu, convencida como fui, ser um zero a valorizar a unidade. E se paro para reflectir, logo encontro a dúvida de todas as mentes: onde deve ser colocado o zero no percurso que fiz? Fui ou não útil enquanto pessoa para as outras pessoas que comigo se cruzaram? Certa é tendência para sermos benevolentes connosco e assim não haver justeza na nossa auto-apreciação.
Guardo para amanhã a análise, se me apetecer fazê-lo. E como quero fazer outra coisa, dormir talvez, deixo boa noite ao vento que ouço no jardim.
Amanhã festejo mais vida, muita vida, diz o tempo e diz o espelho e o empenho também.
Se o amanhã existir para mim, beberei um copo à minha saúde e a tudo que me rodeia e de que gosto. Então voltarei aqui. Boa noite aos meus sonhos.