Os títulos dizem pouco do que quero escrever. Porque as palavras não deixam adivinhar os sentimentos que as exprimem. O dia esteve lindo e eu disposta a gozá-lo. Entre afazeres de ordem prática e os imprevistos do acaso, encontrei o local para o almoço. Nada de excepcional, mas agradável ao paladar. Foi temperado com o sabor da "liberdade", aquele prazer de estar só no meio de tanta gente. Este velho gosto, velho como eu. Depois o café ao ar livre, sob agradável sombra, perto do lugar onde nasci. O que recordo foi outro mundo. Havia pouca gente e pouco garrida. Hoje a côr é rainha e ainda bem. Visitei uma exposição de pintura, para voltar outro dia. Infantilmente usei transportes sem uma finalidade, por gozo apenas. Ao regressar a casa, estava feliz comigo, orgulhosa de mim e do meu dia.
Onde eu moro, na casa grande, mora perto de mim um Velho ( quase 100 anos) que alimenta formigas com migalhas de bolachas atiradas para o chão. E como se desloca em cadeira de rodas, pensa que elas não virão incomodá-lo. Por vezes estão na cama, mas como não vê bem e dorme vestido, as formigas não existem simplesmente. Não ouve e as queixas dos outros utentes também não são registadas. E assim ser Velho é bom para o mundo...
De grande porte são as árvores minhas vizinhas e quando há vento, daquele que chega em "ondas", que tudo parece arrancar dos lugares onde estão plantados, o ruido é fortissimo mas tem uma linguagem quase musical e até poética. Hoje é dia de ouvir essa orquestração da natureza, embora se sintam alguns arrepios. Foi também um dia de ansiedade para mim, mas melhor do que esperava. Dor física sim, mas aliviada. Amanhã será melhor. ´SOU UMA MACACA COM SORTE. O vento deu-me a volta!!!!