Até estava esquecida desta montra, onde tudo se pode ler e escrever. O tempo tem escorrido nas suas divisões horárias como pingo que se desprende e não se sabe como passa sem ser sentido. Vou lendo, pensando muitos pensamentos inúteis, imaginando atos que não pratico, fazendo da vida um desperdício dia após dia. A inspiração secou. Nem poesia nem pinceladas. Nada. Neste sonho em que vivo, mais parecendo uma anestesia abrangente que me detriora, deixo o tempo tomar conta de mim e vou nele sem daqui sair. Que paradoxo... Vou e fico, calo e expresso... em contrários todos vivemos na relatividade da nossa existência. E assim termino.