O que foi está presente
em tudo que recordo,
como um ontem, hoje
se vive e sente,
se absorve
como espuma.
E uma a uma
vão as horas passando
nos átomos
que compõem o hoje
e o ontem,
e o absoluto
relativamente
compreendido
como deve ser,
se para tanto
estivermos preparados.
Vão correndo os dias nesta modorra de verão, em terras de temperaturas instáveis, ora ventos quentes ora vindos do mar, com a humidade dando algum conforto aos pulmões velhos que precisam de ar respirável. Embora isto, que não é lamento, tenha de servir para justificar a grande ausência na elaboração da escrita feita na hora, sem previsão alguma, apenas o gozo do teclado obedecendo às ideias que vão sendo ditadas pelo mundo desconhecido onde parecem estar armazenadas. Surgem como se nascessem da ponta dos dedos e não de qualquer outro lugar. Associam-se às palavras e o milagre acontece: tornam-se legíveis, compreensíveis, dando sentido à expressão que se quer trasmitir. Em abstrato tudo é possivel e o sentido da Vida pode expandir-se consoante o entendimento de cada um de nós. Em dia de calor, que poderá atingir os 40 graus, deixo este exercício que se derreterá num segundo.