Neste dia cinzento que fecha o ano de 2012, pareço uma lembrança de mim. Não sou nem estou. De olhos cerrados, frente ao desejo difuso de qualquer acto, que não aceito concretizar. Aqui está uma situação estranha para ser vivida e que não é vivida por ser ao mesmo tempo ignorada pela emoção e pela mente. Por isto,o ser eu e o estar por aqui, não englobam a minha natureza. E dessa nada sei ainda. Procuro para além do espelho que me reflecte e apenas encontro a ilusão de ser. Para o Ano Novo projecto a Vida, na missão que cumpro por todos os meus irmãos.
A palavra do alfabeto sanscrito, usada na Índia, significa "ilusão" e é tema de muitos estados de alma entre o pensamento espiritual e a realidade materialista em que a humanidade está enredada. Atribue ao Espírito a realidade primeira, sendo a matéria a ilusão. Preparados para viver nesta "realidade" por algum tempo, estamos limitados por sentidos preparados para o que "queremos" ver. Para ir mais além, teremos que procurar dentro de nós, primeiro duvidando desta existência material, depois aprendendo a espiritualizar cada dia, em busca daquilo que é a suprema felicidade. Tentando viver no mundo mas não estando nele. Dificil. Acreditando que tudo e todos somos Um, que não somos deste mundo e que não somos o corpo que usamos. Para sentir esta ultima ideia, basta pensar: eu digo, tenho um corpo, este é o meu corpo. Esta posse pressupõe um sujeito, aquele que afirma "tenho um corpo..." O sujeito, pois, sou EU, o dono de mim, aquele que manda e cuja Vontade desce do Espirito para governar o mundo, a tal Ilusão que nós tomamos por realidade. Vou escrevendo o que aprendo e sinto, na esperança de ajudar alguém a ser feliz. Porque está nas nossas mãos sê-lo. Basta pensar.
Não sei que palavras escreverei neste papel em branco. É como quando se começa um desenho, apenas pela alegria de riscar o papel, sabendo que dali se pode transmitir algo, que não é conscientemente admitido. Há sempre uma exitação em todos estes desejos de comunicar. Em todas as formas de arte. Esta tarde choveu muito e o som da água batendo nos vidros embalou os meus pensamentos. Há vento também. Agora sorri de mim - é hábito falar do tempo, quando nada há a dizer que seja de interesse. Estou a ler um livro que divulga a existência de mundos interiores, onde o Amor e a Consciência são as plataformas que nos elevam, a todos sem excepção, à Divindade em que acreditamos. E caso essa forma não exista, elevar-nos-emos na mesma ,se soubermos Amar todos e tudo que a Vida contém. A intuição é uma ferramenta que pode ajudar a desenvolver os contactos, se estivermos atentos às vozes que a consciência nos grita a toda a hora. E a chuva continua persistente. Quantas pessoas estarão a sofrer por isto? Vou ler as notícias. Até amanhã.
Maria, quando andas Eu te amparo; quando dormes Eu sou O vigilante; quando comes sou Eu o paladar; quando choras sou a lágrima e quando, alegre, ris à vida, o riso sou Eu na tua alegria. Maria, mas não sou as tuas palavras, quando falas esquecida de Mim, nem o teu olhar quando vês o teu irmão sem o veres, com a tua cegueira egoísta a toldar a visão que coloquei nos teus olhos. Mas, Maria, Eu te dou tudo, O Amor, o conforto, os Amigos, a intelegência, a poesia, alguma poesia que te alegra a vida. E a curiosidade que te leva a quereres entender-Me, também vai para os teus sonhos, em mensagens. E quando as souberes ler, quantas vidas ainda... entrarás na tua Casa, pela minha Mão. Maria, não chores, estou em ti e tu em mim. Somos UM só.