Após a consulta de outros blogs, alguns muitos citados pelos sábios em internet, verifico que andamos todos a chamar a atenção uns dos outros, na ânsia de sermos apreciados e comentados. Há contornos políticos em muitas apreciações, com receitas culinárias à mistura e até vídeos que mostram como todos estamos perto para introduzir ideias e comportamentos. Também vi como é dificil, neste mundo virtual, manter a forma própria de ser diferente, pois há sempre a tentação de procurar igualar os textos que achámos perfeitos. Não pela cópia mas pelo engenho. Depois de pensar sobre o que li e não dou o tempo como perdido, vou continuar a escrever como sei, desta forma expontânea, agora mais confiante talvez. Cada palavra seguindo o seu curso até à curva da estrada, onde deixará ter autoria e se vai.
Este corpo
que se auto dirige,
se auto transforma
e se auto destrói,
com uma sabedoria
que o transcende;
este corpo
que acreditei ser jovem
é, afinal, velho de milénios;
este corpo
que alberga biliões de corpos,
átomos da terra e do céu,
átomos do que fui e serei,
e de outros, que foram e serão
e comigo caminham
para um longínquo amanhã;
a este corpo
-forma de mim-
Simbolo de algo
apenas pressentido,
vejo-o hoje
como um rio que avança
e nem no mar pode ter fim.