Não tenho pressa. O meu trabalho perdeu-se nos dedos do tempo e neles foi tudo o que por ele fui obtendo. Muitas alegrias, algum conhecimento e lágrimas também. Hoje é apenas uma neblina que envolve o passado, como se tivesse tido um sonho inconsequente e multifacetado. Espelhos deformantes são as memórias. Por vezes quero orar, mas não sei a quem. Não estou sensível a ladaínhas e o que me acalenta não tem nome nem palavras que O definam. Mas tratamo-nos por Tu e é com Ele que o meu coração pulsa. Posso dizer sem culpa que " nada me garante que Tu existas e sejas o Pai e o Filho que ensinam. Mas, na dúvida, eu digo que para viver, de Ti preciso, como um filho de um Pai e suplico que sejas o Pai deste filho."
Andei na areia da praia, onde os calhaus iam e vinham com o mar.
Corri descalça na caruma quente, aspirando o intenso odor da mata.
Amei longe e perto do meu espaço bipolar.
Depois disto, que mais necessito saber sobre a felecidade?
Na juventude quiz ser. Inventei.
Perante as regras, desanimei.
O tempo veio no tempo. Lutei.
Hoje, à Porta de Casa, parei.
Ólho o trajeto saudosa.
Sobre as cinzas, uma rosa.
Poema sugerido no hospital SFX, em 12 deste Maio, mês dedicado ao coração. Não há para o meu recuperação possivel. O seu alimento é outro e só eu posso senti-lo.