Entristeceu-me ver a cor do Post anterior. Ao querer transmitir alegria ao que vou dizendo ultrapasso os meus conhecimentos sobre esta utilização e construo um efeito mau. Como isto funciona como uma especie de diário, continuo a escrever por me arrepender da asneira feita. Onde já se viu sob as letras uma cor tão insípida? E como pode o Velho Parafuso perder tempo com tais tolices? Conforta-me a qualidade dos poucos leitores que, sendo meus amigos, sorriem apenas. Boa noite.
São sete horas da noite e o tempo disponível para escrever é muito escasso. É talvez bastante para deixar aqui palavras de agradecimento à Vida pela proteção que me está dando todos os dias. Acordo com a certeza de que vou conseguir resolver problemas que muito me preocupam, todos relacinados com a minha irmã e com a nossa longevidade. Mas há surpresas boas, que me deixam em choque. Sei que o tempo tem o seu tempo e por isso aguardo serenamente, pondo o pensamento ao alto, o coração esperançado e o querer sintonisado no Espírito de onde vim. Aos poucos e sem eu esperar, os enviados vão aparecendo e sem o saberem, vão cumprindo as nossas missões. Depois eu sigo noutro sentido, também prolongando a Graça em benefício de alguém. Assim se fecham círculos, unindo as mãos pelo mundo fora.
Subi ao último andar do edifício para sentir a tarde quente. Não há vento. A água azul da piscina está plana e transparente. O ruído do trânsito é uma onda com movimento nas ruas largas. As luzes vão ponteando os lugares para lá do Tejo e a Serra da Arrábida é uma sombra até ao Cabo Espichel. O meu prazer é indescrítivel. Como poderia imaginar em usufruir uma habitação com tais requisitos? Como foi possivel ter esta experiência? Glorificar a vida diariamente por tudo que tenho recebido, é como nascer de novo para a felicidade que todos ambicionamos.
Além de mim, o vento. O vento embala as árvores que vejo e abre fecha a porta de vidro que limita o meu espaço do jardim. Além de mim, o silêncio. O silêncio que se ouve atrás de todos os sons que são ouvidos, quer vindos de fora, quer os que eu provoco. O vento e o silêncio são presenças vivas. As únicas, além das folhas verdes sob a luz da tarde. Não toca o telefone. Não há amigos, não há família. Muitos partiram outros esquecem. Além de mim, o assombro por tudo que vou observando com os olhos do coração. Estarei no lugar certo para cumprir um destino? Talvez nunca saberei. Hoje, apenas ouço o vento a cortar todo o silêncio.
Hoje estou sózinha nesta casa cheia de gente. Nada nos une mas somos iguais, Mesmo sem darmos as mãos, as nossas energias confudem-se, tornando as nossas consciências ( quantos biliões?) numa só consciência, a consciência da Terra. Neste planeta, a nossa casa enquanto matéria, as leis da Vida mostram como se gera a causa-efeito, a mecânica do movimento e força da energia que a move. A consciência coletiva dos seres vivos, todos os seres e toda a matéria, estão imbuídos dessa força que a Terra utiliza para lhes dar Vida e também estar viva no Espaço, cheio de tudo que nos põe a sonhar. Esses sonhos são igualmente motores de consciência que vão engrandecer a parte invisível onde estamos inseridos.O Espírito da Terra são os nossos pensamentos, as palavras e os actos de cada um. É belo pensar sobre este poder-vontade que nos define como humanos.
Encontrei hoje o écran alterado por decisão do servidor. Gosto de novidades porque dão a alegria de procurar ,surpreender e depois utilizar como me parece melhor. O dia está quente e eu tinha projectado, para não apanhar calor, ficar no quarto a escrever sobre "entretenimento". Porque no significado desta palavra está incluído o esquecimento de preocupações, não querer sentir o tempo, ter uma situação de ócio, enfim, procurar formas de prazer que façam amenizar as tensões. No entanto, encontro um certo exagero nos tempos actuais.Os jogos on line, os telemóveis, etc, etc. não incitam a pausas, a meditações ou à busca interior de cada um. A leitura está posta de lado (?), o conversar, a procura do sossego, aquilo que nos liga como humanos. Mas há o outro lado da palavra. Entreter é também trabalhar, ensinar, progredir. Este assunto daria páginas de retórica com raciocínios de conclusão pouco apreciável. Desisto por não me sentir apta para tal desfecho.