Embora me sinta estimulada quando atinjo o que procuro,nao deixo de pedir ajuda a quem sabe de informatica. Estou a escrever sem acentos porque as teclas estao trocadas com as de sinais graficoss. E como corrigir, pergunto. O sinal de interrogaçao esta noutro lugar e aqui e tudo confuso. Por hoje chega. Ate.
Durante muitos dias este PC esteve avariado. Foram dias de breves apontamentos em papel e grandes discursos mentais para memorizar. A apetência pela escrita tornava esta uma necessidade básica. Aqui estou tentando recordar ideias que tive como fixas e inesqueciveis. Mas o texto dilui-se e nada me ocorre que valha a pena deixar em análise. Está muito calor, o meu olho esquerdo tem um derrame externo, enquanto o direito tem um interno, que me impede de ver totalmente o ambiente onde estou. Fragilidades que eu reconheço como naturais, adaptando-me à situação sem grandes lamentos. Sempre escrevi algo, de mim para mim. Porque só eu posso ler e entender o que fica falado nas palavras.
Trago comigo os mortos de uma vida. Alguns já não têm nome, outros estão sem rosto, mas todos estiveram lá, nas situações a que memória vibra no tempo e me mantém lúcida. Uma vida carregada de morte física, uma vida carregada de sentimentos ainda vibrantes que dão ao corpo emotivo um peso sem peso. Estou escrevendo para mim e só eu sei o sentimento de alívio que me leva a decifrar tantas vidas numa, na minha. Eu fui personagem na representação comum e outros nos personagens que alteraram o percurso que eu escolhi. Esse percurso chama-se destino. E como somos igualmente responsáveis por nós mesmos, dá que pensar se a nossa personagem foi fiel a si mesma ou não. É aqui que tudo se enleia e confunde. Arrependimentos não são aceitáveis. O nosso conhecimento em cada decisão era único. Não podia ser de outra forma. Perante o erro há correção e depois seguir em frente com a lição aprendida. Etérios todos em mim, como os vivo ainda.