É o mar da Nazaré que hoje prendeu a minha ignorância às imagens da net. Um brasileiro surfou a maior onda do mundo e como tal, ganhou um prémio. A onda tinha 28 metros. Não sei como foi medida mas sei como foi olhada: com espanto e com medo. Falo por mim. Revista em video é um assombro. O volume de água em movimento direito a terra tira-me a respiração. Que loucos os jovens e não só, que ali se divertem. Confiantes nos apoios e na sua sorte, deixam as suas marcas perante as forças insondáveis da Natureza e o espanto dos outros mortais. Há séculos que a Nazaré tem este espetáculo e nem os ali nascidos lhe davam atenção. Não havia surf, nem internet, nem havaianos a visitar Portugal.
O título diz tudo. Mas só querer não chega. Agir com segurança, saber como fazer. Posso desenhar, mas não divulgo. Pinto rostos e gente inventada, como um segredo. Escrevo o que vou pensando e sei que fico no limite de algum leitor ocasional. Não valeria a pena qualquer ação não fora a alegria que isto tudo me dá. Invento-me só para mim porque já perdi o companheiro que incentivava a fazer mais e melhor em todos os campos em que eu me afirmava. Fosse um poema, um casaco lã, um jantar de ultima hora. A vida é um processo e nele desenvolvemos os dotes que nasceram connosco. O meu espaço é a minha sombra, umas vezes pequeno, outras comprido e alargado pelo Sol. Nele me espelho, tentando viver em Luz alegremente agradecida. Não sabia o que devia dizer quando escrevi o título, mas as ideias foram surgindo com as palavras certas. Foi parco o texto, mas cheio de mim.
Há milhares de anos que a humanidade procura o seu principio, a sua entrada na Matéria. Como tudo se formou, o porquê da Vida eterna. Sabemos que uma Energia incomensoravel se manifestou, explodindo em estrelas, planetas e gazes, de uma beleza que nos ultrapassa. Já se sabe muito do Universo mas ainda ignoramos muito de nós próprios. Mas se dedicarmos alguma atenção ao que sentimos, à nossa parte espiritual, começamos a perceber quanto é profundo o nosso interior e que capacidades nos foram dadas para sermos parte dessa Vida Eterna que todo o Homem ambiciona. Começamos por entender que não somos o corpo onde vivemos, por isso somos apenas o seu dono ( o meu corpo). Depois vemos o outro como parte de nós (somos todos Um) e então vem o valor máximo da Vida: nós não somos daqui. Porque somos Espíritos na matéria e nela temos de encontrar o Caminho.
Como muitos residentes entregam livros para a biblioteca, esta já contém umas centenas de variados assuntos e registos. Vou muitas vezes procurar títulos ao acaso e por vezes encontro raridades. Esta semana encontrei um escritor que desconhecia, Miguel Real, que é detentor de vários prémios e que publicou em 2014, "As memórias secretas da Rainha D.Amélia", a nossa última Rainha. O manuscrito estava na posse de Salazar aquando do 25 de Abriil e foi roubado do gabinete por um membro do partido comunista de nome João Carreira da Mota. Foi a filha deste homem que o entregou ao escritor em 2010 quado este esteve em Sófia, Bulgária. O João C. da Mota fugiu para a Bulgária e aí casou e lá viveu, guardando o envelope que havia pilhado, provavelmente a pensar que seria útil ao PCP. Lidas essas memórias, vejo como estão a nu muitos acontecimentos da nossa História recente, descritos por quem os viveu e cujo olhar não é conhecido e muito menos acreditado. É um pequeno livro, mas merece ser lido para se ter opinião diferente da que nos é imposta por um lado tendencioso e obcessivo de quem nos ensina.