Não sei se faço.
Não sei se vou.
Não sei se posso.
Não sei se sou.
Não sei se entendo.
Não sei se dou.
Não sei se doendo
o amor cá ficou.
Canto esta balada,
escrevo só para mim.
Conhecendo a palavra
fico igual, fico assim.
E depois fico triste pelo mundo, por mim. As alegrias esgotaram-se. Parece que tudo abana e que o chão é de lama onde tudo se engole. Não há braços para abraçar, os abrigos são escassos e o Amor não se fixa entre os humanos. Partem aos milhares no seio da Morte. Há destinos a cumprir. Serão o principio do fim? Quem sabe?
Falamos sobre a beleza da mata, o perfume das frutas, a sementeira do milho. Ligada a tudo isto estava uma mulher, a avó, que de tudo fazia pão, sopas, casas, vizinhos, bondade e força para lutar em cada dia de vida. Mulher só (o marido foi infiel), mudou de terra e levou a neta e mais dois adotados. E mais uma irmã solteira. Construiu tijolo a tijolo uma casa no meio do nada. Levou tudo para a escola, a muitos quilómetros do sítio. Plantou, semeou e colheu. Criou animais e vivia de trocas entre vizinhos. Tudo isto foi repetido porque a natureza nem sempre é pacifica. Começada de novo, a família sempre junta. O respeito pela terra, o amor pelo que produzia, a proteção aos netos, fizeram desta mulher a estrela de luz que chega a Portugal através das pessoas que hoje ajudam muita gente. Quantos homens e mulheres ajudam a humanidade, não sabemos. Quem os reconhece agradece em nome de todos.
Como conseguir encontra-lo? Escolhendo o caminho interior, valorizando o que está vivendo ou inventando uma vida activa com algo definido para o bem comum. Na alegria do atingir está a entrada que procura. Depois é deslumbrar a alma e usar a natureza no seu esplendor recordando os pequenos paraísos já vividos. Assim teremos espaços infinitos onde a alegria de viver é infinita também. Assim o artista imagina a sua obra, contribuindo no conhecimento da arte e da vida. Todos os dias há milagres, todos os dias podemos olhar o nosso paraíso contido na alma de cada ser humano. É bom acreditar.
Já tudo foi vivido. Estamos a repetir para aprender as regras até hoje esquecidas. Vamos conhecer novos caminhos com outras ferramentas e outras comunicações. Se eu voltar, terei outra visão do mundo e outra sociedade em confronto. Serei nova sendo velha, sem memória que me oriente. A Terra está a preparar a sua elevação na matéria em conjunto com uma humanidade que pressinta as diferenças e as acompanhe. As crianças de hoje trazem consigo a sabedoria necessária à transformação e à união desta humanidade. Só existe a raça humana, todos nós temos o sangue vermelho e da mesma forma o Amor conduz as nossas vidas.
Oh vento fala de mim.
Diz ao mar que serei onda,
diz ao céu que vou voar
e às flores que vou florir.
Oh vento lembra de mim,
Quando eu for tudo que há,
Levada em pensamento
para o lugar sem lugar,
onde serei Universo
guiada por ti oh vento.
Fala de mim se houver
som e se o Verbo existir.
Oh vento, eu quero ir.
Chamar os Anjos. Chamar o Céu. Precisamos do oculto, da verdade, da coragem, do amparo, da palavra que indique o Caminho. Estamos enlouquecidos na ignorância de séculos a viver como se fossemos os donos do mundo, criado por nós. As crenças, de tão variadas e distantes, vivem numa inimizade eterna, todas inimigas da humanidade já de si frágil mas arrogante. Os mais esclarecidos são os que mais necessitam de entendimento para reverter os egoímos, a separação e a ignorância. Perdeu-se o que nos salvaria e nem sabemos o que foi. Aos milhares estamos a ser retirados da Terra pelos Poderes Maiores. Talvez para outros mundos por nós desconhecidos, com outras formas e diferentes missões. Imagino o inimaginável. O que serei?