Este corpo
que se auto dirige,
se auto transforma
e se auto destroi,
com uma sabedoria
que o transcende;
este corpo
que acreditei ser jovem
é, afinal, velho de milénios;
este corpo
que alberga biliões de corpos,
átomos da terra e do céu,
átomos do que fui e serei,
e de outros, que foram e serão,
e comigo caminham
para um longínquo amanhã;
a este corpo
-fôrma de mim-
símbolo de algo
apenas pressentido,
vejo-o hoje
como um rio que avança
e nem no mar pode ter fim.