E entrei. A porta fora aberta para mim. Em salas apalaçadas, com brilho de ouro, ante meus olhos quase cegos pelo espanto. Uma voz dentro dos ouvidos, ou talvez do fundo do brilho, me dizia que ali tudo era perfeito, geométrico e completo. Eu que sou a antítese do que ouvia como poderia entender estes conceitos? Precorri uns metros com cautela, pois a perfeição não estava visivel. Mas as figuras geométricas enchiam todo o espaço que eu atravessava e fundiam-se no meu corpo. Havia sons e números que pareciam dançar enquanto eu, estática, tentava decifrar a mensagem que estava recebendo. A Mão que me guiara apontou de novo o caminho. Confiei nela. E numa nuvem fui. O agora apareceu na solidão e nesta hora sei que devo continuar. Ou foi sonho ou um contacto impensável que a memória registou. E saí.