E ouço brisas e passos,
e ouço beijos e sinto abraços
de braços que o foram
em tempos idos.
E sinto mãos suaves
que me afagam
e ouço vozes, algures na lembramça,
como aquelas que nos gritam
em criança,
chamando o nosso
nome pele tarde.
E a noite em pés de medo
está atrás de um sol que arde.
Ouço a porta a ranger,
aspiro o odôr do pão quente
trazido à pressa
para se comer
entre risos, gritos e gente.
Memórias há,
duma riqueza enorme.
Mas só um leitor
pode decifrar
o código do sentimento.