De tudo que se vai imaginando, até a saudade é possivel. Saudades do mundo, mesmo de locais onde nunca se esteve e onde nunca se irá, como se por lá algo de nós existisse ou tivesse existido. É assim a visão do poeta ao compor a vida maior que o mundo. Como um Lar, cujas portas se abrem e fecham livremente, uma base de onde partir e aonde regressar, para ir para a estrada outra vez em viagem, buscando tudo na beleza das ideias que as palavras aglutinam. Vivemos num século fantástico. Terras espalhadas por todo o planeta tornaram-se nossas vizinhas. A China está do outro lado da rua, o Médio Oriente na porta ao lado. Os jovens de mochila estão espalhados pelos caminhos do conhecimento, para aprender novas/velhas formas de viver em comunidade. Serão a benção do futuro. Eu apenas imagino e vivo a saudade do que há-de vir. Cheguei tarde? Não, era esta a minha hora, a de saber como viver a saudade do poeta.