O verão nasceu fraco, como se fosse um nasciturno prematuro. A Mãe Natureza trouxe no ventre ainda chuva e uma temperatura primaveril. O Sol, indiferente à nossa fome de calor, espera que as nuvens se dissolvam e a brisa apareça quente ao amanhecer. Nesta espécie de diário, vou deixando as impressões que cada hora me vai sugerindo. Por isso há assuntos diversos, desde olhar o mundo até sentir na pele o frémito causado por uma voz amiga. A consciência tudo admite e tudo regista, basta que façamos atentamente cada acto. Esta forma de viver é extremamente difícil, pois o ser humano vive e convive sem querer conhecer-se. Poucos são os que se perguntam, quem sou, de onde venho e para onde vou. Talvez aos poetas seja dado um sussurro, um encantamento, algo que os deixa numa encruxilhada, onde as almas vibram e se interpenetram no Amor que nos desperta. Sim, os Poetas...