Foi de cetim a pele que ainda tenho.
Foi cetim de ouro, de sol e de sal.
Foi brilho de joia nova.
Depois foi rocha,
guarda da luta de viver.
Foi de cetim, de lábios e de dedos,
foi pele de deusa, fruta sumarenta.
Foi apenas pele. Pele de toda a gente.
Hoje é do tempo, é cetim rasgado
e pronto a ser desfeito pelo vento.