É à noite que os olhos se dilatam. É à noite que o medo vem. Surgem dedos longos com unhas que seguram os sonhos que o medo traz. E a ansiedade renasce da noite anterior, viva e completa, reduzindo o coração a brinquedo de criança. Salta à garganta e pára no peito, dando efeito de berlinde, quando o medo era pequeno e não fazia ansiedade.. Era outro tempo, tudo era princípio. Na ansiedade vem a lembrança não desejada com aquilo que devo esquecer à mistura. E a noite parece maior, mesmo dormindo. Tudo é estranho no xadrez da vida se não se sabe jogar este jogo, que eu não aprendi. Sinto a noite com os olhos abertos e espero.