Há uma presença quase física neste quarto. Aberta a porta para o jardim, vejo caír a chuva que entra suave e constante. De tempos a tempos aparece um raio de sol, mas a presença continua numa sensação ilusória de perfume e tato. Invento palavras para fixar o que sinto mas tenho sono e vou esquecendo as frases certas. Ela, a preseça, me impele a deixar ou a fazer projetos que ainda tenho em contraponto com os noventa anos de vida. Não sei se é ou não, mas me persegue como tempo no relógio, passando, passando. Nestes dias tristes toda eu estou aberta a novas experiências e a novos contactos. Mais com a chuva caindo...