Bati à porta do vento e entrei. Para fugir ao destino fui levada num rodopio que passava sempre pelos mesmos pontos concretos, fazendo de mim uma parte do carossel, girando no mesmo sentido pela vontade do vento. É assim que eu descrevo a parte da vida em que não encontrei chão nem noção de responsabidade. Num ápice saí do vento e vi-me. Algo me tinha despertado e abri os olhos para decidir sobre mim e sobre o meu caminho. Logo encontrei o Amor e o querer viver sem interfências de outras vontades. A natureza foi benéfica até hoje. O tempo deixa-me ver que não fugi ao destino, destino para mim que é o projeto de vida, que pude ou não cumprir. Há tendências que a alma guarda e que seria bom manifestá-las ainda. Algumas conheço, outras não. O tempo é curto para tanta tarefa, mas estou tentando. É para isso, talvez, que ainda não perdi as faculdades de agir, pensar e idealizar. Para ir comigo sempre.