A mocidade definhou-se até ser uma ilusão. O movimento revê-se na memória do tempo. Os lugares são agora vivos, como não o foram quando usados por mim. Porque não foram vistos e sentidos quando vivê-los era o dia a dia? Serve tudo agora para viver a dor de não voltar e apreciar as alterações feitas, renovados que estão os espaços, que servem para passeios, feiras, exposições, esplanadas, etc. Mantendo-se os nomes de cada canto, rua ou praça, alguns com tradições de séculos, deve ser bom passear aquele chão amado, agora de "cara lavada", à luz que envolve a cidade. No outro século, onde tudo era venerado e defendido, não havia o abuso de viver, de correr, de cantar. Os limites eram impostos e o prazer do uso não podia ser demonstrado. Hoje, os prazeirosos dos espaços, muitos não sabendo o chão que pisam, gozam Lisboa de noite e de dia. Viver tudo de novo é impossivel, mas acompanhar a novidade já conforta a saudade.