O dia de hoje, há anos, era de festa. Não vou relembrar factos porque estes não trazem conforto ao que agora sinto. Quero falar da saudade, uma saudade autónoma, que fala do passado como quem fala de um sonho. Disfruta de uma apreciação de sentimentos e por isso é grande como um mar de verão, ondulando suavemente sobre mim. Entrega-me lembranças, cujo perfume ainda reconheço, sabores doces misturados de beijos sugados pela alma. Tudo era nosso, nós e o mundo. Esta saudade sabe e diz o eu quero para ela mesma. Neste espaço que uso, ouço-a viver comigo e assim é tudo mais florido.