Passa quem passa.
Fala quem fala.
O vento leva os sons
de quem passa.
Cantam os pardais.
Há pés que se arrastam
e há vozes caladas.
Eu estou comigo
no lugar de sempre,
pensando, pensando.
E vejo o lugar vago
de tanto pensar.
Sou a doida do tempo
Velha para começar.
Passa quem passar
neste jardim cercado
de janelas fechadas,
vive quem vive
sem me dizer nada.