O céu está nublado e a noite está chegando. Com ela vem a dúvida e a angústia. Também aparecem lembranças, como um filme antigo a passar sem controle. São registos de situações que julgava apagadas da memória e que regressam para as sofrer e anular. Às vezes até me divirto por não lembrar onde e quando aconteceram. Mas que doi, doi. Se ao menos tivesse a quem escrever uma carta! Escrita à mão, com os sentimentos à flor da pele e a certeza de que a resposta seria rápida e amorosa. Mas a vida é mudança. Tudo parece fácil quando não estamos perante os dilemas que vamos criando nas nossas mentes e os olhamos como externos. Eternos enganos.