Sinto sobre os ombros o peso do Ser, aquêle Ser a que eu pertenço, por mim construído ao longo de muitas vidas e projetos. Pode ser uma rosa, pode ser um par de asas. Tudo que eu imagino alí permanece e quando eu sou apenas eu, nos meus afetos e desejos terrenos, dele recebo mensagens com interpretações que vou tirando de tudo que me rodeia. É o "fio de prata" que leva e trás o sonho, que nos deixa flutuar e permanecer. Quando durmo, estou nele e completa. O seu peso dobra-me, de tanto que sei sem saber o que quero. O pensamento quer pensar, mas o raciocínio não está preparado para as abstrações da alma. Apenas o coração poderá intuir os dialogos entre o que está e o imaginado. Entre o que inventa o conceito e quem o alimenta. Entre a vida e Vida.