Recebi a tua carta. Vesti a blusa nova. Deste-me a tua mão e entrámos pela porta do domingo para viver a semana inteira. Não havia cidade nem caminhos, só domingo cheio de sombras em movimento. Para mim pensei - estarei a ser levada ou sou eu que contolo? - Não sabia nada de nada. Mas a tua mão e só ela me levava, domingo dentro, quente e feliz. A carta ia fechada e eu sabia como era bom quando a carta chegava. O coração ficava leve. Não era necessário ler uma carta de amor.Dentro do domingo onde me levas, tão devagar que me sinto sem espaço e sem tempo? Juntos somos nós de novo ou seremos outros julgamo-nos nós? Não respondes às dúvidas. Para quê estes pensamentos dispersos se nada é real nesta minha vida.