Escrevi em criança poemas a flores, teatro para os avós, cartas ao meu Pai, ausente em trabalho. Recuperei tudo quando abri gavetas e procurei lembranças. Assim soube de mim, daquilo que já era. Contestatária, com novas formas de viver no horizonte. Olho o meu mundo e vejo quantas alterações apareceram na vida de muita gente, que as aceitou como necessárias numa sociedade fechada a tudo que era diferente. Desde proíbir livros para leitura e estudo, até impedir a abertura de uma conta bancária a uma mulher casada. Quanta injustiça, quanta revolta. Mas a Vida fez-se abrindo portas, mudando conceitos. Só na velhice podemos saber se tudo valeu a pena.